segunda-feira, 5 de maio de 2008

O Guerreiro feito Gigante

"O Guerreiro de Santa Maria da Feira Enterrado Vivo"
Royal de Luxe
Imaginarius '08
15 a 17 Maio
das 11h às 01h

Castelo da Feira

A posição estratégica do Castelo de Santa Maria da Feira facilitou, ao longo dos tempos, o desenvolvimento da cobiça.
Uma história absolutamente sobrenatural ocorrera, no entanto, em tempos passados. Um jovem guerreiro, cujo nome nunca saberemos, possuía dons estranhos na arte do combate. Arqueiro extraordinário, era capaz de acertar num alvo a 3 km. As suas flechas, apesar dos remoinhos e das forças contrárias dos ventos, atingiam o seu desígnio com a precisão de um laser.
Não era belo, mas antes magnífico. O seu rosto, cheio de marcas profundas, dava a impressão de ter sido esculpido pelos Deuses de outro continente. Corria tão rápido como um cavalo e saltava mais alto que o seu próprio corpo. Em síntese, a sua bravura, tenacidade e fidelidade faziam dele um elemento chave da armada que integrara.
Mas um dia, quando atacava o Castelo de Santa Maria, fora traído pelos seus.
Atraído para um subterrâneo que conduzia à praça de armas do castelo, encontrara-se só, face uma guarnição de sitiados, tão cruel como atemorizada pelo desfecho do combate. Fora imediatamente atirado para um cárcere, onde nunca mais ninguém ouvira falar dele. E o tempo sucedeu-se. Um milagre, todavia, terá acontecido, na medida em que não morreu por causa das suas feridas. Passou longos anos beberando-se da humidade do seu cárcere, alimentando-se de insectos e de restos de corpos humanos, lançados como ele na fossa.
Um dia parou de envelhecer e começou a crescer. Como os cárceres estavam mergulhados na escuridão, ninguém se apercebeu da sua espantosa transformação.
Havia muito que o castelo era governado por outras gentes. Durante o seu crescimento, o seu coração mudara: tornara-se terrível, seco, cheio de ódio. Um dia a sua cabeça é vista ao nível do cárcere: tinha crescido 10 metros de altura e tornara-se um gigante.
Os habitantes do castelo, doidos pela descoberta, decidiram emparedá-lo vivo, fabricando uma enorme laje que depositaram sobre ele. Depois, construíram sobre a laje um pilar, destinado a suportar uma parte do castelo, tendo o gigante sido de novo esquecido.
Certos dias e certas noites ouviam-se os seus queixumes, que faziam vibrar as pedras do edifício. Forçosamente, tornou-se uma lenda e o monstro acabou por ser respeitado.
Fora então decidido deixá-lo respirar aos pés do castelo, mantendo-o contudo prisioneiro, mas com um tratamento de honra para com ele.
Eis a história do gigante enterrado vivo, diante do Castelo de Santa Maria.

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Santa Maria da Feira